Dobrou o número de ocorrências de acidentes com cargas tóxicas e inflamáveis nos 90 municípios atendidos pela Regional Campinas da Defesa Civil Estadual, considerada uma das regiões mais perigosas do País neste tipo de registro – por escoar produtos do pólo petroquímico de Paulínia.

Sidnei Furtado Fernandes, coordenador regional da Defesa Civil do Estado e diretor da Defesa Civil de Campinas, disse que foram atendidas 32 ocorrências nesta região no ano passado, contra a média anual de 16 ocorrências entre os anos de 1999 a 2004.

“Os acidentes no transporte rodoviário de produtos perigosos adquirem uma importância especial, uma vez que a intensidade de risco está associada à periculosidade do produto transportado”, afirmou Fernandes. Considera-se produto perigoso aquele que representa risco para as pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, ou seja, produtos inflamáveis, explosivos, corrosivos, tóxicos, radioativos e outros produtos químicos que, embora não apresentem risco iminente, podem, em caso de acidentes, representar uma grave ameaça à população e ao meio ambiente.

“Os acidentes no transporte desses produtos podem ter conseqüências catastróficas, sobretudo diante da proximidade de cidades e de populações lindeiras às principais rodovias. Além das perdas humanas de valor social incalculável, os custos decorrentes da contaminação ambiental atingem cifras muito elevadas”, afirmou.

Um dado importante foi a queda de ocorrências nos municípios de Campinas, Paulínia e Atibaia que sempre lideraram as estatísticas de acidentes, mostrando que o perigo foi “pulverizado” entre cidades um pouco mais distantes do pólo petroquímico, menos preparadas para este tipo de registro.

Fernandes lembrou que entre os 32 atendimentos de emergência, dez foram em Campinas e Paulínia e que nenhum ocorreu em Atibaia. “Nos anos anteriores, mais de 90% dos casos eram nestas três cidades e reduziu porque houve um trabalho efetivo e mais eficiente de prevenção, fiscalização e atendimento nestes municípios”, disse.

O diretor da Defesa Civil afirmou que carretas com produtos químicos e cargas perigosas transitam principalmente pelas rodovias D. Pedro I (SP-65), Campinas-Paulínia (SP-332), Anhangüera (SP-330); e Bandeirantes (SP-348).

Os municípios que apresentaram maior número de ocorrências foram: Cosmópolis, Rio Claro, Louveira, Cabreúva, Itupeva, Araras, Conchal, Itirapina, Itatiba, Jundiaí, Americana e Bragança Paulista. “Todos em rodovias vicinais, que apenas alimentam as principais rodovias do Estado”, afirmou. “O trabalho da Defesa Civil nas rodovias está bem estruturado com as concessionárias do sistema rodoviário. A preocupação maior é com estas vias complementares e com as regiões urbanas, inclusive nas rotas de fuga”, disse.

Os riscos de acidentes no transporte rodoviário de produtos perigosos adquirem importância vital para as populações lindeiras. “Considerando que muitas aglomerações se desenvolveram às margens das estradas e, de certa forma, tiveram seu crescimento demográfico influenciado pelo movimento das rodovias, é muito significativo o risco dos acidentes para as populações expostas nas proximidades das estradas”, afirmou.

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