Imprudência de motoristas, excesso de velocidade, carga horária acima do suportável e estradas mal conservadas. Esses são os principais motivos para os acidentes de ônibus, micro-ônibus e vans que fazem o transporte de passageiros intermunicipal e interestadual em Mato Grosso. Em 2005, a Polícia Rodoviária Federal registrou 134 ocorrências de acidentes envolvendo esses tipos de veículos. Desses acidentes, 314 pessoas ficaram feridas e 31 morreram.

“Tem várias situações que podem acarretar em um acidente. Algumas vezes, a culpa nem mesmo é do motorista do ônibus. É como um carro pequeno, só que a diferença é que dentro de um ônibus vão 40, 50 passageiros”, destacou o chefe do Núcleo de Registro de Medicina Rodoviária, Inspetor Alessandro Barbosa Dorilêo.

Já os números da Polícia Rodoviária Estadual apontam que foram registrados sete acidentes em rodovias estaduais, com duas vítimas que ficaram em estado grave e duas com ferimentos leves. Ainda pelo levantamento de PRF, no ano de 2004, houve 179 acidentes envolvendo veículos de transporte coletivo de passageiros nas estradas de Mato Grosso. Apesar do número de acidentes ser maior, o número de vítimas foi menor do que no ano passado, com 260 feridos e 27 mortos.

Para o Inspetor Alessandro, esses números mostram que apesar da PRF ter conseguido uma redução de 25,13% no número de acidentes, o aumento no número de vítimas mostra que a gravidade dos acidentes aumentou. De acordo com o inspetor, um fator que contribui para esse aumento é a negativa do passageiro em colocar o cinto de segurança enquanto o ônibus está em movimento.

“É claro que há acidentes que o cinto não salvaria, mas posso dizer com segurança, que em 90% dos casos, se os passageiros estivessem com o cinto, não teriam se machucado”, frisou o inspetor.

Pelas estatísticas da PRF, os acidentes com ônibus, micro-ônibus e vans de transporte intermunicipal e interestadual ocorrem em maior número nos períodos de férias e de feriados prolongados. De acordo com o inspetor Alessandro, isso ocorre porque aumentam o número de passageiros e as companhias de viagens colocam mais veículos nas estradas, além de algumas vezes aumentar a carga horária dos motoristas.

A soma de todos esses fatores e, principalmente, do cansaço dos motoristas de ônibus por causa da carga horária extensa não permite a delimitação de locais específicos como mais perigosos no Estado.

“Os acidentes podem ocorrer em qualquer lugar. Não há lugares mais perigosos. Às vezes, numa rodovia mais deserta, um motorista resolve fazer uma ultrapassagem errada ou então, o motorista do ônibus cochila por causa do cansaço. São nesses momentos que os acidentes acontecem”, explicou o inspetor.

A Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager) aplicou (desde junho de 2005) 355 multas em empresas que fazem transporte interestadual e 1.022 em empresas de transporte intermunicipal, sendo que dessas, 30 foram por falta de segurança nos veículos. Além das multas aplicadas, a Ager apreendeu 290 veículos desde junho de 2005.

Segundo a presidente da Ager, Márcia Vandoni, as fiscalizações são feitas em parceria com a Polícia Rodoviária Estadual, para que possam ser vistoriados todos os equipamentos de transporte e de segurança dos veículos. Márcia Vandoni contou que ainda em 2006 deve ser regulamentada uma lei que estabelece a apreensão dos veículos de transporte coletivo intermunicipal que não apresentarem todos os equipamentos obrigatórios ou não apresentarem segurança. A lei já foi publicada, mas falta regulamentar (definir quais equipamentos serão considerados obrigatórios).

“Essa lei será regulamentada rápido, até para que a gente possa exigir. Não há possibilidade de se desvincular a segurança do passageiro do cinto. Essa foi uma forma que o Governo Estadual encontrou de cobrar as empresas mais segurança”, explicou Márcia Vandoni.

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