Um protesto de taxistas e motoristas de vans de Extremoz interrompeu o trânsito na BR-101 por quase uma hora no início da manhã de ontem. Eles atearam fogo em pneus e com isso bloquearam a passagem pela rodovia, no trecho situado logo após a ponte do rio Ceará-Mirim. O objetivo do grupo foi chamar a atenção para o que eles consideram como ‘‘abuso de autoridade’’ por parte dos fiscais do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) que atuam no local. Apesar disso, parte dos motoristas admite que realiza transporte clandestino de passageiros.

O inspetor Roberto Cabral, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), conta que o protesto aconteceu entre as 4h40 e 5h40, mas foi encerrado com a chegada da polícia rodoviária e do Corpo de Bombeiros, que extinguiu o fogo. Um motorista de táxi, chamado Alexandre Silvino da Silva, chegou a ser preso no momento.

Dentre as reclamações dos motoristas está a falta de respeito e abuso de autoridade que eles consideram que sejam praticados pelos fiscais do DER. Um deles, Antônio Carvalho Pereira Filho, conta que estava se dirigindo de Extremoz para Natal quando foi parado na BR-101. Segundo ele, o fiscal lhe disse que, para que ele comprovasse que a mulher que transportava era sua esposa, teria de beijá-la na boca. Antônio Pereira conta que o fez, mas se indignou com a situação.

De acordo com outro motorista de Extremoz, Jorge Rosa de Lima, outro exemplo do abuso dos fiscais foi demonstrado quando um deles, durante uma fiscalização, amassou o documento de seu carro na mão e o jogo dentro do veículo. ‘‘Queremos que o DER acabe com esse abuso de autoridade e com esse desrespeito todo’’, defende Jorge de Lima. Ele admite, no entanto, que realiza transporte de passageiros sem licença.

Outra pessoa que participou do protesto, o taxista Marcelo Varela da Silva, reclama do fato do DER realizar procedimentos que são de atribuição exclusiva da Polícia Rodoviária Federal. ‘‘Só quem pode revistar bagagens na BR é a polícia rodoviária federal, mas os fiscais do DER abrem a mala dos carros, e tiram as bagagens de dentro para fiscalizar’’, acusa ele.

O inspetor Cabral conta que existe um acordo entre a PRF e o DER para que o órgão estadual possa fiscalizar e coibir o transporte clandestino de passageiros nas rodovias federais do Estado, já que a concessão do serviço de transporte compete a órgãos estaduais. Ele afirma, no entanto, que a atribuição do DER durante as fiscalizações se restringe a isso, sendo a verificação de bagagens e a autuação por infrações de trânsito nas BRs de competência da própria Polícia Rodoviária Federal.

O Diário de Natal tentou entrar em contato, no final da tarde de ontem, com a responsável pelo setor de transporte do DER, Adriana Torquato, mas ela não se encontrava no órgão e as ligações para o seu celular não foram recebidas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Você digitou um endereço de e-mail incorreto!
Por favor, digite seu nome aqui