Um total de 700 motoristas de ônibus e cobradores das empresas que operam no sistema de transportes coletivos da Grande Cuiabá, estão afastados do trabalho por motivo de doença ou acidentes de trabalho. Esse número representa em torno de 20% do total de empregados nas empresas, que somam 3.500. Os números constam de um relatório apresentado nesta quinta-feira pelo Sindicato dos Rodoviários sobre as condições ergonômicas, de saúde e segurança do trabalho. “Problemas na coluna, nas pernas e braços são as principais doenças ocupacionais constatadas pelas condições de trabalho que eles são submetidos”- disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Ledevino da Conceição.

De acordo com o relatório, os motoristas e cobradores são submetidos a condições extremamente penosas, que aumentam profundamente o desgaste da força de trabalho e afeta diretamente a saúde. Ledevino disse que os números poderão contribuir para que a Prefeitura de Cuiabá leve a frente a necessidade de reformulação no sistema de transporte de passageiros, incluindo nas mudanças a obrigatoriedade das empresas em cuidar também do aspecto realcionado a saúde dos seus trabalhadores.

O estudo desenvolvido pela Delegacia Regional do Trabalho em Mato Grosso em 2003 sugere 42 mudanças e implementações no âmbito da categoria, para melhorar as condições de trabalho dos motoristas e cobradores, dentre elas, jornada de trabalho de seis horas com a criação de três turnos e duas folgas semanais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Ledevino da Conceição, quase nada mudou no sentido de melhorar as condições de trabalho.

Durante a audiência, o presidente mostrou fotografias que comprovam às condições de higiene que os trabalhadores são submetidos nos pontos finais de ônibus.”Eles utilizam banheiros de bares que são usados por clientes em geral. As mulheres são as que mais sofrem diante da triste situação”, afirmou Ledevino, que cobrou do Executivo Municipal mais empenho na fiscalização, para que as empresas de ônibus cumpram de fato as cláusulas de contrato de serviço.

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo revela que o trânsito denso em ambientes urbanos, os congestionamentos e os trechos lentos, o motorista acaba trocando de marcha quatro mil vezes por dia, o que acaba gerando estresse, que se intensifica pela falta de compreensão do público em geral que circula nos centros urbanos. Além de problemas nos músculos, doenças no sistema digestivo (dor e queimação no estômago), respiratório, circulatório (pressão alta), nervoso (dor de cabeça), pele, visão, audição, distúrbios psicológicos, impotência sexual e urinário são comuns nos trabalhadores.

Doenças essas muitas vezes geradas pelas condições de trabalho que são submetidos no dia a dia ao ficarem expostos às máquinas, equipamentos e condições físicas ambientais como calor, umidade, frio, ruído, radiações, vibrações, poeiras, iluminação deficiente e ventilação.

A prefeita em exercício disse que estará nos próximos dias se reunindo com os representantes das empresas, trabalhadores, Delegacia do Trabalho, SMTU, CDL, Meio Ambiente, Saúde e Vigilância Sanitária em busca de um entendimento para solucionar os graves problemas que vêm afetando a saúde dos motoristas e cobradores. “Estaremos enviando os relatórios apresentados para serem discutidos também no Aglomerado Urbano”, acrescentou Jacy.

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