Por falta de pagamento, as construtoras que ganharam licitações para construir e recuperar estradas no Piauí estão paralisando as obras e recolhendo as máquinas. Com isso, a execução dos serviços fica comprometida e estradas previstas para serem entregues ainda este ano são serão concluídas. Com a proximidade do período de chuvas, há o risco de ficar perdido todo o serviço que já foi realizado.

É o caso das estradas de União a Miguel Alves, na região Norte, e o trecho de Várzea Grande a Barra D´Alcântara, na região Centro-Sul. A reconstrução da estrada de União a Miguel Alves foi interrompida faltando sete quilômetros para sua conclusão. O trecho de Várzea Grande a Barra D´Alcântara, de 18 quilômetros, tem parte da terraplanagem feita e os serviços estão comprometidos. É a segunda vez que executam o mesmo serviço – em 2010, foi feito parte da terraplanagem, mas a obra foi paralisada no final do ano e o que tinha sido feito se perdeu com as chuvas do início de 2011. Agora, a história ameaça se repetir.

Na região de São Raimundo Nonato, a estrada que liga a cidade à capital também tem trechos que alternam asfalto e de terra. Segundo informações, as obras estão paradas desde 2007. O programa de construção e reconstrução de estradas já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Estado. Segundo o inquérito em andamento no MPF e no MPE, o dinheiro para as estradas foi supostamente desviado.


O procurador Kelston Lages cobrou informações sobre as estradas que foram iniciadas ainda no Governo de Wellington Dias (2003/2010). O ofício nº 287/2011-PR/PI-GAB/KL foi encaminhado para a Controla-doria Geral do Estado e para a Procuradoria Geral do Estado, solicitando informações para subsidiar o inquérito civil público, que investiga o uso indevido de recursos públicos federais nas estradas. O promotor Fer-nando Santos, do Núcleo de Promotorias de Justiça da Fazenda Pública, instaurou procedimento preliminar investiga-tório para apurar as informações de que obras públicas em Simplício Mendes e Paes Landim, na PI-249, também estão paralisadas.

O diretor do DER/PI (Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí), Severo Eulálio, disse que vários trechos de estradas em todo o Estado estão em andamento. Os recursos são originados de convênios entre o Governo do Estado através do programa de financiamento com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Codevasf e Caixa Econômica Federal. Segundo ele, os recursos estão avaliados em R$ 290 milhões.

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