BRASÍLIA – O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Mauro Barbosa, determinou nesta quarta-feira a abertura de sindicância para apurar denúncia de que a empresa escolhida para fazer a operação tapa-buracos nas estradas federais no Piauí é de propriedade de parentes do dirigente do próprio Dnit no estado.

Barbosa afirmou, logo após tomar posse da direção do Dnit, que recomendou à Corregedoria do órgão para investigar o caso e apresentar seu relatório em cinco dias.

A empresa escolhida foi a Construtora Jurema, dos cunhados de Sebastião Braga, chefe do Dnit no estado, que também é casado com uma irmã do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI). Foi o deputado quem contou as relações dele com o chefe do Dnit do estado.

– Ele é meu primo e meu cunhado – disse ele.

O primo e cunhado, Sebastião Braga, conseguiu o emprego de chefe do Dnit graças à indicação do deputado. Sebastião já era chefe, quando a construtora Jurema assinou contrato depois de vencer uma licitação do Dnit para recuperação de estradas. A construtora é da família do deputado.

– A construtora Jurema é de dois irmãos meus – afirmou ele.

Um dos irmãos disse que nunca usou as relações familiares para conseguir contratos

– O fato dele ser coordenador do Dnit nada impede que a gente tenha nossos contratos lá como já vínhamos tendo há muito tempo – falou Humberto Castro, dono da Construtora Jurema.

Barbosa disse que as primeiras informações indicam que a empresa ganhou licitação antes da posse do novo chefe do Dnit no Piauí. Foi feito apenas um aditamento do contrato. O contrato da Construtora Jurema com o governo é de R$ 9 milhões, e teria sido assinado em 2004.

– Ela já tava lá. Não houve falta de licitação não foi emergência, não é nada disso, é um contrato normal legal que já vem se desenrolando há dois anos e vai se desenrolar por mais três anos – informou Sebastião Braga, diretor do Dnit – PI.

Para participar do Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas, a empresa irá receber mais R$ 1,3 milhão. A empreiteira foi uma das financiadoras em 2002 da campanha do governador Wellington Dias, do PT, que foi eleito. Ela financiou também candidaturas do PFL no estado.

Uma sindicância foi aberta e em cinco dias, auditores vão apresentar um relatório para dizer se houve irregularidade.

– Nós queremos fazer as coisas corretamente. Acontecendo a denúncia, apure. Tire a limpo qualquer que seja a denúncia, mesmo que ela não tenha origem – recomendou Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes.

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