Obras no lado do Paraná e de Santa Catarina atrasam em até duas horas a viagem entre Curitiba e Guaratuba
Duas obras estão atrapalhando a vida dos veranistas que usam a estrada que liga a BR-376 até Garuva, em Santa Catarina, e que serve de caminho para quem prefere não tomar o ferry-boat para chegar a Guaratuba, no Litoral paranaense. Uma delas é do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER) e a outra é da Secretaria de Infra-Estrutura de Santa Catarina. Quem saiu da cidade litorânea paranaense no domingo à noite levou até duas horas a mais para completar a viagem.
O DER paranaense só deve concluir as obras de recuperação da PR-412, dos 19 quilômetros que vão da divisa de Santa Catarina até Guaratuba, em julho deste ano. Nesta semana as obras estão próximas ao trevo para Itapoá. Apenas uma faixa da pista está liberada num trecho de aproximadamente um quilômetro. Com isso o fluxo de veículos é feito alternadamente em cada sentido, o que provoca espera de até uma hora nos dias de maior movimento.
As obras do lado catarinense, na SC-415, que vão de Garuva até a divisa com o Paraná, têm ao todo 17 quilômetros. A reabilitação do trecho começou em março do ano passado. A previsão era que fosse até junho de 2006. Mas deve terminar antes. No último final de semana as obras estavam dentro do município de Garuva, e a espera também ficou entre 30 minutos a uma hora.
No lado catarinense, existe um regime de trabalho que prevê os movimentos do fim de semana. As máquinas e operários ficam na pista até sexta-feira à tarde, por volta das 14 horas. Eles retornam no sábado às sete da manhã. No domingo, trabalham até as 13 horas.
Os paranaenses também mantém um sistema similar. Trabalham até sexta-feira, ao meio-dia, e só voltam na segunda-feira pela manhã. Mas isso é insuficiente e o estreitamento da pista torna o fluxo de carros mais lento, prejudicando o tráfego principalmente nos dias de maior movimento, como a volta para Curitiba, no domingo. O último domingo foi atípico porque no lado catarinense estão acontecendo obras dentro da cidade de Garuva. Num dia como ontem, as filas podem chegar a 20 quilômetros.
As obras no Paraná envolveram uma recuperação total do trecho e até alguns postes da Copel precisaram ser trocados de lugar. Foram investidos R$ 12 milhões desde novembro quando os trabalhos começaram na área urbana de Guaratuba.
Paciência — Para os motoristas resta apenas a fila. E nem adianta programar o retorno da praia. A professora de educação física, Sueli Hissatomi, passou o final de semana em Guaratuba. Pretendia deixar a praia no meio da tarde, mas acabou se atrasando. Para evitar o congestionamento, resolveu prolongar a permanência na areia e retornar a Curitiba apenas no meio da noite.
Mas não adiantou. Embora optasse por um horário teoricamente mais tranqüilo, também enfrentou uma fila quilométrica nos dois pontos de obras. Resultado: chegou em Curitiba apenas depois da uma hora da madrugada. Foram pelo menos uma hora e meia a mais na estrada. “Tem que sair preparado para enfrentar o congestionamento, senão estressa mesmo”, contou com bom humor.
Para chegar até Guaratuba, no sábado à tarde, Sueli conta que levou menos tempo. Foram apenas meia hora de espera em Garuva e mais rápido próximo à Itapoá. Mas neste caso, o fluxo maior aconteceu pela manhã e começo da tarde. Enquanto aguardavam na fila, muitos motorista reclamavam, e questionavam se não teria sido melhor optar pela travessia de ferry-boat e o pedágio da BR-277.
BR-277 também teve tráfego intenso
O tráfego intenso também foi verificado no retorno das praias pela BR-277, e pegou de surpresa motoristas e até mesmo a concessionária que administra o trecho, a Ecovia. A concessionária previa um fluxo total de volta de aproximadamente 35 mil veículos neste fim de semana. Mas só na PR-407, que liga a Praia de Leste à BR-277, foram registrados cerca de 25 mil veículos voltando para Curitiba, entre as 15 e 19 horas de domingo.
Uma das hipóteses é que muitos motoristas que enfrentaram a espera na Estrada da Garuva, optaram pelo retorno pela travessia de ferry-boat, em Guaratuba, e depois pela PR-407. Na entrada para o ferry-boat em Guaratuba também foi registrado congestionamento desde o final da tarde. Alguns motoristas levaram cerca de 4 horas do Litoral até Curitiba.
Inversão — Já prevendo o movimento intenso, desde o ano passado, durante os finais de semana da temporada, a Polícia Rodoviária Estadual, DER e Ecovia fazem nos domingos a Operação Inversão. No período de 15 horas até as 19 horas, a PR-407 fica liberada apenas com sentido para a BR-277.
O procedimento em 2005 deve acontecer até o carnaval. Os motoristas que desejarem descer ao Litoral nos horários em que a PR-407 estiver interditada deverão usar a estrada Alexandra-Matinhos, a PR-508.
Acidentes — Juntas, a Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Rodoviária Federal registraram 200 acidentes nas estradas paranaenses durante o fim de semana. Foram contabilizados sete mortos e 165 feridos. “O calor e o fluxo maior que o esperado nas estradas contribuiu bastante”, disse o cabo Guilherme Luis Marcel, da PRE, que registrou 146 acidentes ao todo, entre o sábado e o domingo.