A polícia gaúcha fez nesta quarta-feira uma nova perícia no ônibus que pegou fogo em Rio Grande, a 320 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ferindo 28 pessoas. A nova perícia vai determinar se alguma pane mecânica ou elétrica contribuiu para a explosão. A polícia descarta a hipótese de ter sido um atentado.

De acordo com peritos, a causa do fogo foi a combustão de um galão de tíner, solvente inflamável, que pertencia à própria empresa dona do ônibus, a União Cotista. As testemunhas confirmaram que o fogo começou atrás do banco do motorista, onde foi encontrada a lata. O fiscal que teria colocado a lata de solvente no ônibus já foi ouvido pelo delegado que investiga o caso. Ele disse que como era a última viagem do coletivo, o produto seria deixado na garagem da empresa. A polícia agora quer saber como o solvente pegou fogo.

Segundo o “Jornal Nacional”, o dono da empresa confirmou que pediu a um funcionário para comprar o solvente e que um fiscal, por engano, colocou a lata no ônibus.

– Está praticamente descartada a possibilidade de que o incêndio tenha sido resultado de uma sabotagem. O motorista recebeu o galão ao iniciar a viagem, a pouco mais de cem metros do local do incêndio, e deveria entregá-lo na empresa. – esclareceu o delegado titular da 4ª. Delegacia de Polícia de Rio Grande, Elione Luiz Lopes, depois de ouvir formalmente as primeiras nove testemunhas.

O delegado afirmou que haverá uma investigação para averiguar as responsabilidades penais: se houve imperícia, negligência ou imprudência. Ele disse ainda que é cedo para identificar os responsáveis pelo acidente. Um aspecto importante a esclarecer, disse o delegado, é se o motorista sabia ou não o que estava transportando.

Durante o incêndio, pedestres quebraram o vidro para ajudar no resgate. Foi assim que um casal conseguiu salvar os dois filhos. Uma mulher ficou presa ao tentar pular a janela. O vidro da frente quebrou por causa do calor. Depois de alguns momentos de agonia, a passageira conseguiu escapar. O motorista conseguiu abrir as duas portas, mas as saídas eram insuficientes.

O motorista Jorge Luiz Cozza superou o susto para ajudar os passageiros desesperados. Ele tinha terminado o turno de trabalho e viajava no último banco do ônibus.

– Elas batiam com a mão no vidro e não tinham tinha força. A primeira coisa que me veio à cabeça foi quebrar os vidros e gritar: pulem, pulem, pulem que é o único jeito – contou o motorista.

A mãe de Bruna, a adolescente que teve queimaduras em 40% do corpo no acidente, quer que a empresa seja responsabilizada.

– Eu quero que eles devolvam minha filha como ela entrou naquele ônibus. É isso que eu quero – pede ela.

A jovem foi transferida para Porto Alegre, para um hospital de referência em queimados.

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