As suspeitas de que a alta velocidade tenha causado o acidente entre uma van e um caminhão, na noite de quinta-feira, ganharam reforço. Único sobrevivente do acidente que não está internado, o leiturista Milton Flores de Castro, 26 anos, foi o primeiro passageiro da van a prestar depoimento. Apesar de afirmar não saber como a van se chocou com a traseira do caminhão carregado com 29 toneladas de argila, ele confirmou, ontem, à polícia, que a lotação corria no momento da batida. O acidente deixou cinco mortos e cinco feridos e ocorreu por volta das 20h de quinta-feira no quilômetro 16 da BR-020, sentido Planaltina-Sobradinho.

Segundo Milton, o condutor da van, Márcio José Neto, 26 anos, dirigia em velocidade superior aos 80 km/h permitidos na estrada. O motorista dirigia entre 120 km/h e 130 km/h , recorda. No entanto, o passageiro, que pegou a van uns cinco minutos antes do desastre, ressaltou não ter certeza se a van, placa JJB 2223-DF, foi fechada pela carreta, placa BWA 6448-GO, ou se a lotação provocou o acidente. Eu me sentei no terceiro banco e estava escuro, portanto, não posso ir além do que contei à polícia , afirmou Milton logo após prestar depoimento na 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina). Imprudência O depoimento de Milton confirma a versão do motorista do caminhão, Wanderley Luiz Gurgel, 51 anos.

Em depoimento à 16ª DP, na sexta-feira, o condutor da carreta afirmou estar a 30 km/h, na faixa do meio e com todas as lanternas acesas. De acordo com ele, a visibilidade era boa, mesmo com a chuva, e o desastre foi provocado pela imprudência do condutor da van. O laudo que esclarecerá as causas do acidente só ficará pronto em 30 dias. Com um colete no pescoço, Wanderley não sofreu ferimentos graves e ainda está em observação no Hospital de Base. Liberado pouco depois da batida, Milton levou pontos na cabeça, na testa e ainda sente dores no ombro e na perna direita. Também internado no Hospital de Base, o motorista da van fraturou o maxilar e o fêmur direito.

Apesar de a lotação estar em bom estado, o motorista não era cadastrado na Secretaria de Transportes. De acordo com o órgão, o veículo pertencia a outro permissionário. O cobrador da van, Tiago Oliveira Nunes, 20, está internado no Hospital de Base com um coágulo e um corte na cabeça. Ele teve de passar por uma cirurgia para reconstituir a orelha arrancada. Abalada psicologicamente, a empregada doméstica Iara Pereira da Costa, 28, ainda não deixou o hospital. A colisão matou as amigas Ana Vitória Martins, 19 anos, Keila Cavalcante, 24, e Keile Figueiredo, 25, e o jardineiro José Evani Souza, 43. Com traumatismo craniano e fratura na perna esquerda, o ambulante Neuriskennedy Teixeira, 24, morreu na manhã de sábado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Você digitou um endereço de e-mail incorreto!
Por favor, digite seu nome aqui